sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Silêncios de sandálias

a felipe caminhante, joão vale neto e daniel lins

se aproxima o mestre
dentro de mim
em silêncio de sandálias havaianas
zen encontro com o universo em guerra entre os mundos
ou nos bigodes de salvador dali
que andava na ciclofaixa
sob efeito gás de pimenta
olhos que choram a graça
quem dera eu te reencontro na sala de meditação
da avenida rosa e silva

domingo, 12 de janeiro de 2014

avistamento


será um balão
planeta ou avião refletindo nuvens
será um espelho do sol
ou um ser estelar
que será que se mostra
para toda a rua ver
toda a ladeira
toda a calçada
a gente nem se importava
pra gente era infinito

a bicicleta por um partido


certo dia ao chegar da escola encontrei a bicicleta grande
era maior que eu e minhas expectativas
tinha bagageiro, freios grandes e buzina em meus sonhos
mas não tinha marchas, prateadas, não tinha super-heróis
ou trilhas de esportes radicais, nomes em inglês
mas tinha bicicleta.
mas tinha o passeio para a casa do prefeito
painho era oposição
a decisão era a bicicleta por um partido

telhados do mundo

não é à toa que nos escondemos
em meio aos bancos de feira
em meio aos bancos econômicos
tamarineiras, castanholas
barras-bandeiras
não é à toa essa descida infinita
pela ladeira da baixinha
ou a subida cansativa do barracão de farinha
num pé só, na barbearia catando giletes
dispensadas na calçada
tampinhas de garrafas e algodão doce
pelo casco de guaraná
não é à toa a descida do pequeno príncipe
e a subida em todos os telhados do mundo.

meninada

os dedos desenham na areia
a passagem para outras áreas
terá o dedo traçado destino?
distinto do que se lhe fez?
lagoas e riachos perdidos
pés que molham a lama
calçados de linhas de trem
quintais infinitos pistas de pouso
para que possas voar
além das goiabeiras
além das caramboleiras
além das ameixeiras
mas não muito além dos fios elétricos dos postes

deveramente

deveramente devo ser
um homem velho ou não maduro
e minha mente brota o olho
do olhar severo quem dera sério
deverasmente eu ouso ser
esse inverno em pleno interno
o incluir de tantas louças
em teus fornos de mansidão
que amornam o sol com a mente
deverasmente.
e ainda posso prever
que a tua palavra pulsa esse impulso
o fruto novo doce amargo o santo
a musa despida em sonho e louco
que varre calçadas e anuncia lua
tua vidência de templos distantes
teu transe desperto ou outro vinho
e as portas abertas pro caminho
deverasmente.

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incidental
quando se tem o álibe...
deveras djavaneia

começar de novo

parece que foi ontem
o brilho nos teus olhos
a mão aberta o sol
o colorido da lona
a entrada com a luz
e encanta rodando raios
com o tecido do encanto
com a música dos sonhos
e a gente se não tivesse
e a gente se não quisesse
teria se conhecido
com a paz de novo

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trilha djavan e milton
e ao fundo a voz do vento
silênciossss

domingo, 5 de janeiro de 2014

internamente

o caminho é invariável
em meio a tantas variáveis

Trilha que segue

Segue sem margem
encruzilhada de estrelas
detecta do tempo
a vibração do dia
pode ser mesmo essa hora
em que as sombras se escondem da escuridão
raízes obtusas
rainha recusa
a coroa e emancipação.

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