& outros poemas desse tempo
Escrevi esses versos aqui no blog e resolvi enfeixá-los como uma espécie de livreto virtual. Pretendo publicá-los também em formato impresso. Enquanto não, deixo-os aqui para que possas apreciá-los em conjunto.
Deyvid Galindo Santos
Outubro, 2012.
Garanhuns-Pe
no criar de tua voz
ecoei silêncios
comigo descansastes à sombra da figueira
mesmo que fruto não se fizesse nessa estação
a mesma clara paisagem desata
de tintas e cores desconhecidas
será esse o destino que persegue os infinitos
essa mensagem de prometeu para a humanidade?
Será mesmo esse fogo etérico
que faz da maçã o gosto suave de fel?
Conheci o novo tempo de uma fresta no olhar
a mesma rua escura de sempre se abre
há uma nova voz em mim
ecoei silêncios
comigo descansastes à sombra da figueira
mesmo que fruto não se fizesse nessa estação
a mesma clara paisagem desata
de tintas e cores desconhecidas
será esse o destino que persegue os infinitos
essa mensagem de prometeu para a humanidade?
Será mesmo esse fogo etérico
que faz da maçã o gosto suave de fel?
Conheci o novo tempo de uma fresta no olhar
a mesma rua escura de sempre se abre
há uma nova voz em mim
uma só folha sobre a mesa
perfume sem cores
apagam-se as luzes das janelas
perfume sem cores
apagam-se as luzes das janelas
nada há que se possa dizer
de uma flor nasce o sol
estrelas caem e renascem
não há memória ou conclusão
o que se inicia aqui é presença
na Presença é que é tudo
não se pode entoar esse canto
mesmo em meio aos sábios
sua suavidade está além das formas
nada há que realize o que é
de uma flor nasce o sol
estrelas caem e renascem
não há memória ou conclusão
o que se inicia aqui é presença
na Presença é que é tudo
não se pode entoar esse canto
mesmo em meio aos sábios
sua suavidade está além das formas
nada há que realize o que é
da onde mergulha antes
o que nunca se encerra
no meu sonho distante
em praias montes desertos
cada clarão de memória
é um rebrilhar
cada começo de história
guarda a fonte do ser
não está na palavra
não está no tom da voz
não está na tua imagem
nem no que mostra a paisagem
está no coração
é o que não está e é
o que nunca se encerra
no meu sonho distante
em praias montes desertos
cada clarão de memória
é um rebrilhar
cada começo de história
guarda a fonte do ser
não está na palavra
não está no tom da voz
não está na tua imagem
nem no que mostra a paisagem
está no coração
é o que não está e é
amada vida
o que tens de calor para dar?
tens um barco ou alento
para um viajor cansado?
tens trabalho recomeço?
na outra margem do rio tudo se espelha
o que tens de calor para dar?
tens um barco ou alento
para um viajor cansado?
tens trabalho recomeço?
na outra margem do rio tudo se espelha
a tua paisagem criativa
é como a flor do dia
rainha de muitas músicas
meu campo desperto
com a guerra entre os dentes
começo a respiração
nada há que não se respire
em si de si mesmo
tudo começa eterno
nada há que não se encerre em si
é como a flor do dia
rainha de muitas músicas
meu campo desperto
com a guerra entre os dentes
começo a respiração
nada há que não se respire
em si de si mesmo
tudo começa eterno
nada há que não se encerre em si
nada há que não se possa alcançar
apenas o que nada é
nada nos basta
somos de nada infinitos
apenas o que nada é
nada nos basta
somos de nada infinitos
de tua doce matéria
nascem universos
teu mistério é grande demais para mim
no silêncio conjunto de cores e mapas
trajetos seguros dentro
tudo como vida incerta
de teu ventre materno
brotam canções
nascem universos
teu mistério é grande demais para mim
no silêncio conjunto de cores e mapas
trajetos seguros dentro
tudo como vida incerta
de teu ventre materno
brotam canções
tempo de palavra
como quem anuncia o vento
que carrega para as direções
tempo de remanso
a vida clareia tudo
como quem traz na bagagem nada
só a coragem
de ser coração
na cor bela da ação e da paz
na bela oração de silêncio junto
como quem anuncia o vento
que carrega para as direções
tempo de remanso
a vida clareia tudo
como quem traz na bagagem nada
só a coragem
de ser coração
na cor bela da ação e da paz
na bela oração de silêncio junto
passáros assoviam longe
balanço de rede e mar
lua nova palmeira
balanço de rede e mar
lua nova palmeira
som ar
aviva o mesmo dom
milagre de terra e alegria
aviva o mesmo dom
milagre de terra e alegria
no vento que molha suave
voa chuva
meu domingo de novas manhãs
voa chuva
meu domingo de novas manhãs
eu te reconheço no vento que toca meu rosto
eu te reconheço nas folhas que caem
no suave tilintar da chuva
céu nublado
sol de novo
reconheço
o que de mais belo há aqui
sem nome sem descobertas ou visões
a vida é sua identidade seu endereço e canção
eu te reconheço nas folhas que caem
no suave tilintar da chuva
céu nublado
sol de novo
reconheço
o que de mais belo há aqui
sem nome sem descobertas ou visões
a vida é sua identidade seu endereço e canção
+ 2 poemas para o
sonho
No suave silêncio de apartamentos
fazemos a mitologia desse tempo só
entrecortado pelas buzinas dos carros
e a superpopulação de ilusões em nossas mentes cansadas
será enfadonho demais abrir o novo?
Será mesmo desafiador?
Que demônio titânico houve roubado nossa força?
Não é esse o novo trabalho de Hércules
a nova subida no monte divino
o nosso novo despertar
não teremos alcançado toda a sapiência
em meio aos nossos fios telefônicos, telegráficos invisíveis
em meio a tantas imaterialidades modernas
fazemos a mitologia desse tempo só
entrecortado pelas buzinas dos carros
e a superpopulação de ilusões em nossas mentes cansadas
será enfadonho demais abrir o novo?
Será mesmo desafiador?
Que demônio titânico houve roubado nossa força?
Não é esse o novo trabalho de Hércules
a nova subida no monte divino
o nosso novo despertar
não teremos alcançado toda a sapiência
em meio aos nossos fios telefônicos, telegráficos invisíveis
em meio a tantas imaterialidades modernas
Ó prometeu amigo
por que não descansastes junto a esta árvore
o que de tão longe te chamava para a festa de descobertas?
com a chave sublime na mão
que sobram de tantos mistérios?
qual o suave mistério que não possa ser revelado?
Será mesmo a tua doce mensagem que ecoou
quando todos dormiam e não podiam ouvir-te?
Meu velho e bom amigo, ouça a voz do que cala
nada há mais para ser revelado
está tudo aqui e agora no vazio de tuas mãos
por que não descansastes junto a esta árvore
o que de tão longe te chamava para a festa de descobertas?
com a chave sublime na mão
que sobram de tantos mistérios?
qual o suave mistério que não possa ser revelado?
Será mesmo a tua doce mensagem que ecoou
quando todos dormiam e não podiam ouvir-te?
Meu velho e bom amigo, ouça a voz do que cala
nada há mais para ser revelado
está tudo aqui e agora no vazio de tuas mãos
outros poemas desse tempo
como cavalos sem pista
corremos em direção ao campo
minhas amarras incendiadas
pelo olhar solar distante
nem plumas ou aves
nem penas ou bênçãos descansam
a minha correnteza é quebranto
é mar desencanto
meu rio redescoberto
onde a primavera noiva?
língua no céu da boca.
corremos em direção ao campo
minhas amarras incendiadas
pelo olhar solar distante
nem plumas ou aves
nem penas ou bênçãos descansam
a minha correnteza é quebranto
é mar desencanto
meu rio redescoberto
onde a primavera noiva?
língua no céu da boca.
entrontro-me em paz
a tua voz: canta, canta
ventos de manhã
suavidade nublada e nua
encontro-te em paz
na paz dos que nada pedem
nada tem e nem desejam
será mesmo o encontro de alma
que me faz perceber o inverno?
infinito nada pede
apenas o sonho ilimitado
a tua voz: canta, canta
ventos de manhã
suavidade nublada e nua
encontro-te em paz
na paz dos que nada pedem
nada tem e nem desejam
será mesmo o encontro de alma
que me faz perceber o inverno?
infinito nada pede
apenas o sonho ilimitado
é possível encontrar-se na rua
é possível caminhar em oração
tulipas, rosas e jasmins
o doce perfume suave das cores
margaridas, papoulas azuis
meus olhos não te encontram
é possível alcançar sonhos
em dimensões que se esbarram
entre cruzamentos e sinais de trânsito
é possível caminhar em oração
tulipas, rosas e jasmins
o doce perfume suave das cores
margaridas, papoulas azuis
meus olhos não te encontram
é possível alcançar sonhos
em dimensões que se esbarram
entre cruzamentos e sinais de trânsito
em silêncio me faço louco
me faço outro
com a voz do tempo a me embalar
em silêncio teimo e me faço oco
mas me encho todo
de vento e de nuvens a rodopiar
me faço silêncio moinho
me faço correnteza e riacho
torrente de sonhos desaguar
ah, tempo de som e fusão
tempo de infinitude e limite
ah, tempo de verbo e ausência
tempo de conectar com o tempo
me faço outro
com a voz do tempo a me embalar
em silêncio teimo e me faço oco
mas me encho todo
de vento e de nuvens a rodopiar
me faço silêncio moinho
me faço correnteza e riacho
torrente de sonhos desaguar
ah, tempo de som e fusão
tempo de infinitude e limite
ah, tempo de verbo e ausência
tempo de conectar com o tempo
Redescobrir no universo
o canto secreto de si
o seu próprio canto
caminhar passeios de sal
em meio a praças e sol
com a mão de nuvens
como quem comanda o tempo
perpassar a brincadeira
de eterno presente
e até que a hora anuncie a sua chegada eu estarei com o olhar no horizonte para esperar a barra do dia quebrar
o canto secreto de si
o seu próprio canto
caminhar passeios de sal
em meio a praças e sol
com a mão de nuvens
como quem comanda o tempo
perpassar a brincadeira
de eterno presente
e até que a hora anuncie a sua chegada eu estarei com o olhar no horizonte para esperar a barra do dia quebrar
noite e estrelas [suave frieza]
a lua foi dormir do outro lado da Terra
e do lado de cá silêncio
a lua foi dormir do outro lado da Terra
e do lado de cá silêncio
o sol poente, o vento e a relva dançam
crianças brincam na praça
meu coração dança junto
crianças brincam na praça
meu coração dança junto
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui sua mensagem.