no criar de tua voz
ecoei silêncios
comigo descansastes à sombra da figueira
mesmo que fruto não se fizesse nessa estação
a mesma clara paisagem desata
de tintas e cores desconhecidas
será esse o destino que persegue os infinitos
essa mensagem de prometeu para a humanidade?
Será mesmo esse fogo etérico
que faz da maçã o gosto suave de fel?
Conheci o novo tempo de uma fresta no olhar
a mesma rua escura de sempre se abre
há uma nova voz em mim
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
veritas verás
nada há que se possa dizer
de uma flor nasce o sol
estrelas caem e renascem
não há memória ou conclusão
o que se inicia aqui é presença
na Presença é que é tudo
não se pode entoar esse canto
mesmo em meio aos sábios
sua suavidade está além das formas
nada há que realize o que é
de uma flor nasce o sol
estrelas caem e renascem
não há memória ou conclusão
o que se inicia aqui é presença
na Presença é que é tudo
não se pode entoar esse canto
mesmo em meio aos sábios
sua suavidade está além das formas
nada há que realize o que é
desnudo
da onde mergulha antes
o que nunca se encerra
no meu sonho distante
em praias montes desertos
cada clarão de memória
é um rebrilhar
cada começo de história
guarda a fonte do ser
não está na palavra
não está no tom da voz
não está na tua imagem
nem no que mostra a paisagem
está no coração
é o que não está e é
o que nunca se encerra
no meu sonho distante
em praias montes desertos
cada clarão de memória
é um rebrilhar
cada começo de história
guarda a fonte do ser
não está na palavra
não está no tom da voz
não está na tua imagem
nem no que mostra a paisagem
está no coração
é o que não está e é
travessar
amada vida
o que tens de calor para dar?
tens um barco ou alento
para um viajor cansado?
tens trabalho recomeço?
na outra margem do rio tudo se espelha
o que tens de calor para dar?
tens um barco ou alento
para um viajor cansado?
tens trabalho recomeço?
na outra margem do rio tudo se espelha
uno dádiva
a tua paisagem criativa
é como a flor do dia
rainha de muitas músicas
meu campo desperto
com a guerra entre os dentes
começo a respiração
nada há que não se respire
em si de si mesmo
tudo começa eterno
nada há que não se encerre em si
é como a flor do dia
rainha de muitas músicas
meu campo desperto
com a guerra entre os dentes
começo a respiração
nada há que não se respire
em si de si mesmo
tudo começa eterno
nada há que não se encerre em si
pista deserta
nada há que não se possa alcançar
apenas o que nada é
nada nos basta
somos de nada infinitos
apenas o que nada é
nada nos basta
somos de nada infinitos
mistério de terra
de tua doce matéria
nascem universos
teu mistério é grande demais para mim
no silêncio conjunto de cores e mapas
trajetos seguros dentro
tudo como vida incerta
de teu ventre materno
brotam canções
nascem universos
teu mistério é grande demais para mim
no silêncio conjunto de cores e mapas
trajetos seguros dentro
tudo como vida incerta
de teu ventre materno
brotam canções
palavra paisagem
tempo de palavra
como quem anuncia o vento
que carrega para as direções
tempo de remanso
a vida clareia tudo
como quem traz na bagagem nada
só a coragem
de ser coração
na cor bela da ação e da paz
na bela oração de silêncio junto
como quem anuncia o vento
que carrega para as direções
tempo de remanso
a vida clareia tudo
como quem traz na bagagem nada
só a coragem
de ser coração
na cor bela da ação e da paz
na bela oração de silêncio junto
sol de novo
eu te reconheço no vento que toca meu rosto
eu te reconheço nas folhas que caem
no suave tilintar da chuva
céu nublado
sol de novo
reconheço
o que de mais belo há aqui
sem nome sem descobertas ou visões
a vida é sua identidade seu endereço e canção
eu te reconheço nas folhas que caem
no suave tilintar da chuva
céu nublado
sol de novo
reconheço
o que de mais belo há aqui
sem nome sem descobertas ou visões
a vida é sua identidade seu endereço e canção
terça-feira, 4 de setembro de 2012
tristeza arredia
como cavalos sem pista
corremos em direção ao campo
minhas amarras incendiadas
pelo olhar solar distante
nem plumas ou aves
nem penas ou bênçãos descansam
a minha correnteza é quebranto
é mar desencanto
meu rio redescoberto
onde a primavera noiva?
língua no céu da boca.
corremos em direção ao campo
minhas amarras incendiadas
pelo olhar solar distante
nem plumas ou aves
nem penas ou bênçãos descansam
a minha correnteza é quebranto
é mar desencanto
meu rio redescoberto
onde a primavera noiva?
língua no céu da boca.
tempo de paz
entrontro-me em paz
a tua voz: canta, canta
ventos de manhã
suavidade nublada e nua
encontro-te em paz
na paz dos que nada pedem
nada tem e nem desejam
será mesmo o encontro de alma
que me faz perceber o inverno?
infinito nada pede
apenas o sonho ilimitado
a tua voz: canta, canta
ventos de manhã
suavidade nublada e nua
encontro-te em paz
na paz dos que nada pedem
nada tem e nem desejam
será mesmo o encontro de alma
que me faz perceber o inverno?
infinito nada pede
apenas o sonho ilimitado
vendedor de flores
é possível encontrar-se na rua
é possível caminhar em oração
tulipas, rosas e jasmins
o doce perfume suave das cores
margaridas, papoulas azuis
meus olhos não te encontram
é possível alcançar sonhos
em dimensões que se esbarram
entre cruzamentos e sinais de trânsito
é possível caminhar em oração
tulipas, rosas e jasmins
o doce perfume suave das cores
margaridas, papoulas azuis
meus olhos não te encontram
é possível alcançar sonhos
em dimensões que se esbarram
entre cruzamentos e sinais de trânsito
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